Jornalistas discutem e planejam enfrentamento da crise da profissão

18/10/2023

Os jornalistas do Projeto Enfrentamento da Crise da Profissão de Jornalista (Enprojor) realizam nesta quinta-feira (19), às 19h, o sexto encontro on-line do grupo, aberto a participantes de todo o Brasil. Iniciadas em 5 de julho de 2022, as reuniões são momentos de discussão sobre temas relevantes para viabilizar a profissão, em tempos de impactos tecnológicos e de mercado. Novos modelos de negócio, exigência do diploma, inteligência artificial e sindicalização são alguns desses assuntos.

Os encontros são trimestrais. Quem organiza é Marcello Riella Benites, que também trabalha no Legislativo de Macaé (RJ). O Enprojor é a concretização da tese de doutorado do jornalista no Programa de Pós-graduação e Linguagem da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, de Campos dos Goytacazes. "Nossa metodologia inclui todos os colegas como jornalistas-pesquisadores. O objetivo é muito mais pragmático do que acadêmico".

"O Enprojor é um importante canal de empoderamento dos jornalistas. Apenas quando tivermos a verdadeira consciência do nosso papel social poderemos cobrar a maior valorização da nossa profissão", afirma Ana Cristina Hermano, da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Rio das Ostras (RJ).

Marcello enfatiza que trata-se de um trabalho mais pragmático que acadêmico Foto: Tiago Ferreira

A importância do papel do jornalista é frisada também por Jônia Quédma, do Sistema de Rádio e TV Encontro das Águas, do estado do Amazonas. "Eu nunca vi a profissão do jornalista crítico ser tão importante quanto nesses tempos de Chat GPT". Segundo ela, além da apuração criteriosa, o profissional precisa saber fazer as perguntas certas e checar os resultados encontrados pela ferramenta.

Adriana Corrêa, da Assessoria de Comunicação de Câmara de Macaé (RJ) enfatiza que melhores condições de trabalho e renda para a categoria vão refletir numa melhor qualidade do noticiário. "Nossos encontros no Enprojor são momentos preciosos para refletirmos sobre o mercado e a profissão de jornalista. A ideia é buscarmos alternativas que valorizem não apenas a categoria, mas também a informação precisa e confiável".

Na opinião de João Ventura, analista de comunicação da Associação Alphaville, empreendimento residencial em Rio das Ostras, o jornalista tem uma relevante função no norteamento da discussão pública. "No Enprojor, reafirmamos nossas posições para a melhoria de nosso ofício, unidos a vários colegas que estão alinhados com as tendências e movimentos da academia e mercado de trabalho", acrescenta.

Os encontros são trimestrais. Além dos assuntos mencionados, já foram debatidos ou estão na pauta de futuras reuniões: novos arranjos de trabalho, o ensino do jornalismo, cobrança de conteúdo jornalístico nas big techs, teorias da comunicação e cibercultura, e história da imprensa, entre outros. A ideia é, após o amadurecimento dos debates, planejar iniciativas concretas de resgate do ofício. Profissionais que tiverem interesse podem solicitar o link do encontro do Enprojor pelo WhatsApp (22) 99832-9028.

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Em sentido horário, os jornalistas e mediadores Jaime Luccas e Adriana Corrêa; a professora e jornalista Simone Barreto (Uniflu), o autor Marcello Riella Benites e os professores e pesquisadores Marcelo Kischinhevsky (Uerj /UFRJ) e Sérgio Arruda (Uenf)